Camelos adaptaram-se ao clima desértico do Namibe e o seu número tem estado a aumentar, registando-se nesta altura 127 animais
A Vice-Presidente da República efectuou na quarta-feira [22.01.2025] uma visita à Estação Zootécnica do Fundão, localidade do Caraculo, durante a qual pôde constatar que a implementação daquele projecto de ecoturismo na província do Namibe é já uma realidade, seis meses após a introdução, na zona, de 101 camelos provenientes dos Emirados Árabes Unidos.
Durante a visita, Esperança da Costa, que realiza uma jornada de trabalho de 72 horas na Província do Namibe, foi informada que os camelos se adaptaram ao clima desértico e o seu número tem estado a aumentar, registando-se nesta altura 127 animais, o que vai ajudar no fomento do ecoturismo na região, promover o desenvolvimento agrícola e da produção de carne e leite.
O primeiro lote de 101 camelos, entre os quais quatro machos, chegou ao Namibe a 13 de Junho de 2024, constituindo mais um “produto” turístico para a região.
A introdução de camelos no deserto pode oferecer várias vantagens, dada a sua adaptação natural a ambientes áridos e o seu uso para o transporte eficiente de pessoas e mercadorias em terrenos desérticos como os da zona do Caraculo e do Parque do lona.
Como os camelos têm capacidade de percorrer grandes distâncias sem necessidade de água ou alimentos e adaptam-se facilmente ao calor, no período da seca, fenómeno característico da província, sobretudo nos municípios do Virei, Camucuio e Bibala, esses animais são capazes de sobreviver e fornecer de forma normal o leite.
O projecto implementado a 60 quilómetros da sede capital da província, Moçâmedes, vai contribuir, também, para impulsionar a indústria turística e diversificar a economia no Namibe e no país, de uma forma geral.
No local foram construídos furos de água, com sistema de captação de bomba submersível e tanques com sistema de gravidade com capacidade para mais de 20 mil litros de água. Procedeu-se também, de forma experimental, à plantação de sorgo e capim forrageiro para a alimentação dos animais, com o apoio do Instituto de Investigação Agrícola. O projecto gerou mais de 20 empregos para jovens, sobretudo da comunidade.