Assinala-se esta quarta-feira [26.01.2021] o Dia Nacional do Médico, data instituída na sequência da proclamação da Ordem dos Médicos de Angola, em 1991.
A efeméride procura chamar atenção da classe médica nacional para a necessidade de aprofundar a reflexão sobre o exercício e o papel da actividade médica no país e os desafios que os profissionais têm pela frente, com realce para questões ligadas à carreira, remuneração, condições de trabalho e acesso à formação contínua.
Mais do que lançar desafios em matéria de aperfeiçoamento da Política Nacional de Saúde, do Ensino e das carreiras médicas, a data homenageia todos os profissionais de medicina pelo contributo e participação activa na assistência aos pacientes e prestação de cuidados primários de saúde, quer em zonas urbanas quer em zonas rural.
Apesar dos avanços que se têm registado no país em matéria de formação de médicos e construção de unidades sanitárias, a classe se debate ainda com problemas estruturais de ordem profissional, com incidência para as condições de trabalho, remuneração, reconhecimento e formação continua, elementos essenciais para a uma prestação eficaz e eficiente.
Hoje, o desafio do Executivo, diante do crescimento populacional, passa por suprir o rácio médico por habitante. Dados oficiais apontam que o país precisa de 30 mil médicos para responder às exigências da OMS de um médico por cada dois mil habitantes.
Mesmo que tal venha a ser possível, a classe tem se debatido com um velho problema: grande parte dos médicos angolanos tem preferência por trabalhar na capital, Luanda, dado que concentra, entre outras, as oportunidades de qualificação profissional pela concessão de título de diferenciação.
Face a um quadro assimétrico em termos de indicadores de desenvolvimento, e de acesso a bens e serviços essenciais, a tendência é de os médicos, de uma forma geral, preferirem o meio urbano ao rural.
Para todo o país, estão disponíveis 6.019 médicos, cuja actividade é regulada pela Ordem dos Médicos de Angola, instituição de direito público, que se propõe defender a ética, a deontologia e a qualificação profissional médica, bem como assegurar e fazer respeitar o direito dos utentes a uma Medicina qualificada.