Angola vai ter primeira área de conservação marinha no Namibe

PR anunciou escolha de 11 zonas húmidas para serem candidatas a Sítio Ramsay de Importância Internacional

O Presidente da República revelou esta quinta- feira [30.01.2025], em Luanda, que Angola terá a primeira área de conservação marinha na costa da província do Namibe, e que a primeira reserva da biosfera se estenderá do Parque Nacional da Kissama ao mar.

João Lourenço, que discursava na abertura da Conferência Internacional sobre Biodiversidade e Áreas de Conservação, afirmou que Angola pretende expandir as áreas de conservação dos actuais 13% para 16%, tendo sido propostas novas áreas, como o Morro do Moco, Huambo, Floresta da Cumbira, Cuanza Sul, e a Serra do Pingano, Uíge, como as futuras áreas de conservação.

Na sua intervenção, o Chefe de Estado angolano informou que Angola realizou em Dezembro último um censo animal e tem monitorizado um certo número de elefantes no Parque Nacional de Luengue- Luiana, nas províncias do Cuando e Cubango.

O Presidente referiu que, nesta zona de maior concentração de vida selvagem em Angola, os estudos vêm ajudar o país a definir as rotas desses paquidermes. O Chefe de Estado garantiu que estudos serão feitos a outras espécies animais, tendo apontado como desafios a desflorestação, queimadas, caça furtiva, conflito homem-animal e os impactos das alterações climáticas.

“Contudo, com determinação e parcerias sólidas, temos feito progressos notáveis e continuaremos a lutar para que Angola seja um exemplo de preservação ambiental no continente africano”, destacou.

Rotas migratórias

João Lourenço, que defendeu a realização de estudos de avaliação ambiental para evitar danos nas principais rotas migratórias, informou que relatos dos anos passados dão conta da morte de várias espécies de aves migratórias em Angola, muitas das quais sobrevoam a costa em direção ao interior, colidindo com cabos elétricos, painéis solares e edifícios altos, entre outros obstáculos.

Angola  é uma das principais rotas de transição de espécies migratórias entre a África Austral e a África do Norte, lembrou, tendo acrescentado que a migração faz parte do ciclo de vida de diversas espécies, sendo necessário que os processos biológicos da espécie se desenvolvam sem grandes sobressaltos e armadilhas, colocadas aparentemente de forma involuntária.

Sobre as questões migratórias de espécies, sobretudo aquáticas, disse que é de extrema importância ter em conta à Convenção de Ramsay, conhecida como a Convenção sobre as Zonas húmidas.

Zonas Húmidas

O Chefe de Estado sublinhou que Angola identificou, a nível nacional, 11 zonas húmidas, para serem candidatas a Sítio Ramsay de Importância Internacional, como por exemplo o Saco dos Flamingos, nos Ramiros, Província de Luanda. João Lourenço referiu que, com o apoio das organizações e as acções ambientais, Angola está empenhada na plantação de mangais para a proteção das zonas húmidas.

A Conferência Internacional sobre Biodiversidade e Áreas de Conservação, a decorrer em Luanda até sexta- feira, é uma organização do Ministério do Ambiente e conta com a participação de especialistas de África, Europa, América e Ásia, visando promover a troca de experiências e fortalecer a proteção ambiental em Angola.

Durante dois dias, serão abordados temas como a necessidade de mecanismos financeiros para a conservação, soluções inclusivas e sustentáveis, o papel das comunidades locais na preservação de espécies ameaçadas, justiça ambiental, direitos humanos e a importância das áreas protegidas.

Fonte: Angop

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